sexta-feira, 13 de abril de 2012

Samba de Raíz e Futebol: As Paixões de Roberto Ribeiro


Roberto Ribeiro



Nome: Dermeval Miranda Maciel, nasceu a 20 de julho de 1940, em Campos dos Goytacazes, RJ.
Faleceu em 8 de janeiro de 1996.
Período em atividade:1971 - 1996
Roberto Ribeiro foi um cantor e puxador de samba-enredo brasileiro. Sambista do Império Serrano, Roberto Ribeiro construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino É um Rei", "Vazio", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade".

Biografia
Filho de Antônio Ribeiro de Miranda (um jardineiro) e Júlia Maciel Miranda, Roberto era um carioca típico, apaixonado por futebol e samba. Aos nove anos de idade, trabalhava como entregador de leite. Naquele tempo, já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos dos Goytacazes, e participava das festas do tradição "Boi Pintadinho".
Ele foi jogador de futebol profissional em sua cidade natal. Depois de passagens por equipes amadoras (Cruzeiro e Rio Branco), ele se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube. Era conhecido pelo apelido de "Pneu". Em 1965, Roberto mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em busca de um lugar em um clube grande carioca.
Chegou a treinar no Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e começou a trabalhar com música, a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Sua performance chamou a atenção da compositora Liette de Souza (que viria a ser sua esposa), irmã do compositor Jorge Lucas. Ela resolveu apresentá-lo aos sambistas da Império Serrano e Roberto passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. A diretoria da Império convidou-o para ser o puxador de samba-enredo da escola no Carnaval de 1971.
Ele aceitou, mas se afastou nos dois carnavais seguintes para gravar seus primeiros discos como cantor. A partir de 1974, Roberto Ribeiro firmou-se como puxador oficial da Império, defendendo a agremiação até o Carnaval de 1981. Dentre os grandes destaques nos desfiles cariocas, estão os sambas-enredo "Brasil, Berço dos Imigrantes", de 1977 (feito em parceria com o cunhado Jorge Lucas), e em "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias", de 1979 (parceria com Jorge Lucas e Edson Passos).
Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três compactos em parceria com Elza Soares pela Odeon. Satisfeita com o sucesso dos compactos, o selo lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro". No ano seguinte, Roberto gravou um LP, "Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", junto com a Simone, lançado pela Odeon exclusivamente para o mercado externo.
Em 1975, a mesma gravadora lançou o compacto duplo "Sucessos 4 sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (de Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, foi lançado o disco "Molejo", que despontou com os sucessos "Estrela de Madureira" (de Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta amorosa" (de Monarco) e chamou a atenção da crítica. No ano seguinte, foi lançado "Arrasta Povo", LP que destacou mais dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (de Zé Luiz e Nelson Rufino) e "Acreditar" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho).
Gravou em 1977 o LP "Poeira Pura", onde se destacou "Liberdade" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Um ano depois, foi lançado o álbum "Todo Menino É Um Rei", que o colocou outra vez nas lista dos discos mais vendidos, puxado pelos sucessos da faixa-título (de Nelson Rufino e Zé Luiz), de "Amei demais" (de Flávio Moreira e Liette de Souza), de "Isso não são horas" (de Catoni, Chiquinho e Xangô da Mangueira) e de "Meu drama" (de Silas de Oliveira e J. Ilarindo) - esta incluída também na trilha sonora da novela "Pai Herói", da Rede Globo. Em 1979, foi a vez do lançamento do LP "Coisas da Vida", que teve entre as mais tocadas "Vazio" (de Nelson Rufino), também conhecida na época como "Está faltando uma coisa em mim", e "Partilha" (de Romildo e Sérgio Fonseca).
No início da década de 1980, Roberto gravou "Fala meu povo". Neste LP, de 1980, constavam algumas composições de sua autoria como "Vem" (parceria com Toninho Nascimento) e sucessos como "Só chora quem ama" (de Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Quem lucrou fui eu" (Monarco). Em 1981, foi lançado "Massa, raça e emoção", com o sucesso "Santa Clara Clareou" (de Zé Baiano do Salgueiro).
Em 1983, foi lançado o disco "Roberto Ribeiro", com o sucesso "Algemas" (parceria com Toninho Nascimento). Em 1984, no seu LP "De Palmares ao tamborim", obteve êxito com "Lágrima Morena" (outra parceria sua com Toninho Nascimento). Naquele ano participou do disco "Partido alto nota 10", de Aniceto do Império, no qual interpretaram em dueto a faixa "Chega Devagar", de autoria de Aniceto do Império.
Em 1985, foi lançado o LP "Corrente de Aço", que contou com a participação de Chico Buarque de Hollanda na música "Quem te viu, quem te vê" (do próprio Chico) e de Nei Lopes, em "Malandros maneiros" (Nei Lopes e Zé Luiz). Em 1987, Roberto Ribeiro gravou o disco "Sorri pra Vida", obtendo sucesso com a faixa "Ingrata Paixão" (de Mauro Diniz, Adílson Victor e Ratinho) e, um ano depois, "Roberto Ribeiro", que contou com a participação especial de Alcione na faixa "Mel pra minha dor" (de Nelson Rufino e Avelino Borges) e do Grupo Raça, em "Malandro mais um" (de Ronaldinho e Carlos Moraes).
Passou a sofrer de um seriíssimo problema de vista e, em Janeiro de 1996, faleceu em virtude um atropelamento no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Perdeu um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes).
Um ano antes, em 1995, a EMI-Odeon lançou a coletânea "O Talento de Roberto Ribeiro", na qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Roberto participara ainda naquele ano do disco-homenagem "Clara Nunes com Vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou (com sua voz acrescida posteriormente) um dueto com Clara Nunes, "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes).
Sua vida foi contada em livro de autoria de sua própria esposa, Liette de Souza Maciel, com o título "Dez anos de saudade" (Potiguar Editora).

Discografia
Compactos
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto duplo
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto simples
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto duplo

Álbuns
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon)












1973 - Simone et Roberto Ribeiro (Odeon)












1975 - Molejo (EMI-Odeon)












1976 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)


  1976 - Arrasta povo (EMI-Odeon)



                                                     







1977 - Poeira pura (EMI-Odeon)











1978 - Todo menino é um rei (EMI-Odeon)











1979 - Coisas da vida (Odeon)











1980 - Fala meu povo! (EMI-Odeon)











1981 - Massa, raça e emoção (EMI-Odeon)











1982 - Fantasias (EMI-Odeon)












1983 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)












1984 - De Palmares ao tamborim (EMI-Odeon)











1985 - Corrente de aço (EMI-Odeon)











1987 - Sorri pra vida (EMI-Odeon)







1988 - Roberto Ribeiro (BMG) Coletânea











1992 - Brasil samba – Série academia brasileira de música volume 6


1995 - O talento de Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)

2002 -A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes (Programa ensaio - 2002)

2006 - Duetos














Participações
1975 - Sucessos 4 sambas (Odeon) Compacto duplo
1977 - Pai herói (trilha sonora da novela)
1980 - Brazilian popular music (Fundação Nacional de Arte)
1984 - Partido alto nota 10 (CID)
1995 - Clara Nunes com vida (EMI)

DVD
2007 - Roberto Ribeiro - Programa Ensaio (2007) DVD


Em 2011, nos 15 anos da morte de Roberto Ribeiro, família relembra trajetória do artista que apostou no sonho de se tornar um ídolo da música brasileira

Há exatos 15 anos, um silêncio atípico invadia a casa da compositora Liette de Souza. Ainda desnorteada com o susto de ver o marido em coma no Hospital Municipal Miguel Couto — após ser atropelado por alguém que sequer lhe prestara socorro, em Jacarepaguá — a esposa de Roberto Ribeiro recebia a notícia de sua morte. A despedida precoce e trágica, aos 55 anos, de um ídolo do samba.
— Foram oito anos sem ouvir samba aqui em casa, após a morte do meu pai. Até hoje não consigo passar da metade do livro ("Roberto Ribeiro, o Menino Rei — a voz privilegiada do samba; escrito por Liette). Começo a me lembrar de tudo e paro — afirma o cantor e compositor Alex Ribeiro, único filho da união de Roberto com a compositora.
Liette nem sabe explicar como deixou o Cemitério São João Batista, em Botafogo, na tarde de janeiro de 1996:
— Saí, tomei água num botequim e peguei um ônibus. Fui de carro com um pessoal que estava na quadra do Império, mas nem lembro com quem. Aquilo era inacreditável! Fiquei tão desnorteada que saltei e fui andando sozinha pela Cidade de Deus.



Lembrança no palco
Para sorte dos netos Felipe, de 3 anos, e Junior, de 11 — geração que eterniza a memória do avô cantando "Todo menino é um Rei" um dos maiores sucessos na voz do artista — o silêncio foi quebrado quando a genética falou mais alto e Alex deixou aflorar a vocação.
— Nos intervalos da pelada do Arlindo Cruz, me perguntavam: "E aí, Alex, você não vai cantar?" Num dos primeiros shows que fiz, resolvi interpretar "Espelho", do João Nogueira. Quando chegou no trecho que diz "Troquei de mal com Deus por me levar meu pai" comecei a chorar e não parava...

Confira vídeo com a família do cantor Clique Aqui

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CRÉDITOS:
Pesquisa e matéria: Rosa Moreno
Fontes de pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Ribeiro
http://extra.globo.com/tv-e-lazer/roda-de-samba/
http://www.sambaderaiz.net
www.vagalume.com.br

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